Os alquimistas


© Chris Maher



Austeras as veredas do mar que
observam
os marinheiros salgados, 
as cordas, as redes
    os remos - estilhaços do louro fogo 
da praia,
a corpos de ouro e prata, alquimistas 
de agora.

No desassossego de trapos reinvento 
as noites,
 altíssima virgem - rainha da insónia
a tocata
e fuga de uma vida equivocada - 
o rio dorme
as asas, as árvores, os ventos 
reclamam
o branco nome de um barco,  
tudo o que se diz número 
e mensurável, 
tudo o que viaja

as margens, os portos, 
a sublime sedução 
das caras que desdobram
a palavra: escrevo o que posso -

        já não creio.




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