As tecedeiras
Quem extingue o tempo extingue o espaço
o ritmo
das estações
e o seu abraço
As chuvas animais, as fecundidades
vegetais; - aqui
agora. Uma teia de invisíveis febres tece
os homens, e um momento
sobrevive em todos os momentos: - esse
prodígio
que foge sempre,
em caminhos severos para o centro
O que importa a nostalgia do
eterno, um paraíso concreto a cair nos mundos,
sempre? - Tecemos
predestinamos, recriamos a fortuna, tecedeiras com o
fuso
as rocas, aranhas cujas teias moldam a criança:
- a morte de um
animal lunar
sob o signo de se resgatar e perece a planta, agora
Mas a criação
reanima a sua história:
- A eternidade dessa planta
morre agora
em todas as habitações
do homem
- desse drama vegetal
virá a planta
luminosa de novo acasalar o ritmo das estações
a exaltação da luz e todo o sopro
que rege o universo de ar
São
letras e magias
sons, imagens: os ventos proclamam - quem vive sob
o domínio do tempo é um fantasma
Proclamam: - foi o
ar que teceu
o universo: - o barro entre céus e terras
não
importa quando
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