Negação do verbo
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A cadeira está cansada no seu lugar: desafoga
consigo, diz:
Eu sou aquela cadeira sentada à
margem de mim e do nada. Ponto quase final.
Que
sentir é esse que reclama o nada em
cada
sentença por onde viaja -
que estranha
palavra que tudo diz - quando agora simples
afirma o nada? Mas a cadeira persiste:
Quem és, porque estás sentada? Serás
quimeras em todo novo rio por ti
inventado?
És um hóspede-peregrino que silencia a fala
cruzando labirintos abismados de vocábulos.
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