A boca da página
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O poema é a dissecação de
um cadáver vivo.
A onde o sol descreve um círculo na
carne, a boca
ao erguer
o peso da terra tombará com uma folha
morta
sobre
as margens da cara. - Em vão tudo
as margens da cara. - Em vão tudo
o que se diz
sem odor a sangue, sem beber de um trago
o conflito
de tinta no quadro, a mancha confunde
-se
com o tecido
geométrico do tédio, o traço de giz na pedra.
geométrico do tédio, o traço de giz na pedra.
Abrir as veias à sede de quem
respira o apocalipse da espera,
a crença e a regra. Em oferenda
a crença e a regra. Em oferenda
ao primeiro lance de
escada: o sangue onde o ar inflama
escada: o sangue onde o ar inflama
a boca da página.
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