Mater flumina

publicado por Luísa Vinuesa

Ao lugar da boca - a essa memória regressavas

com as mãos de
um vitral esquecido a um canto triangular de uma igreja

- abrir

a varanda escavada sob o terremoto, caneta afiada

o pano branco,
as letras arando a fogo o campo aberto; e vais entrando

em mim

contigo nasce o mar, tatuagens, cicatrizes, fábulas

o gosto pelo

palco da ferida, o sangue a dedilhar a

conta-gotas as melodias na

corda da guitarra

talvez seja o momento que insiste em incêndios
vozes sobre a a intocável montanha de silêncios

venhas pela porta
abrir os mundos, ou simplesmente

unir as mãos que separam rios