Catedral de incêndio
As estrelas repetem-se no brilho,
em ritos de iniciação,
embebedam-se com essas
embebedam-se com essas
velhas máscaras de vigília.
Prazer que tece a construção da casa,
Prazer que tece a construção da casa,
no retrato oblívio da memória.
São catedrais
de incêndio, longas
catedrais que exaltam as estátuas de prata
em pálidos
sinais como se o vento as tivesse banhado
sinais como se o vento as tivesse banhado
de silêncio
as cinzas. Sob o leito do rio,
as cinzas. Sob o leito do rio,
as margens são altares do
tempo, um mistério -
tempo, um mistério -
sacrifício que reflecte a multidão
no aço crepuscular da espada - as catedrais
no aço crepuscular da espada - as catedrais
deslizam no tabuleiro do jogo,
rasgam o horizonte que separa
o cálice e o líquido, o nome, o desejo,
o cálice e o líquido, o nome, o desejo,
o fio de tarde.
Regressam com a idade dos telhados,
essas vulgares origens
do mistério, cada olhar habita a presa,
mulher que aduba o rosto contra o frio,
e tacteia a curva cilíndrica dos tempos.
É a hora milimétrica dos corpos,
essa temporalidade dos espaços
essa temporalidade dos espaços
em olhos de pássaros sem sobressaltos.
As mãos repousadas sobre as asas,
nutrem sem vacilar as oraculares
sombras dos crepúsculos -
sombras dos crepúsculos -
a janela aberta sobre a fábula.
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