Continentes

por Luísa Vinuesa

Sobre um vasto continente a que pertences,

flutuam agudas
imagens de incerteza, loucura de tambores

que anuncia o requiem dos dias:

morituri te salutant, um fogo fátuo

sobre a campa:

agudas imagens de incerteza

e certa força que,

oculta em símbolos, se revela - pensas

se em vão terás

sonhado que em teu sonho outro alguém

em tua vez sonhara

a súbita face iluminada pela voz

de um gesto - a palavra que

viria, em anónimo sinal,

unir e multiplicar o tempo e espaço

Outros poemas

Cave canem

por Luísa Vinuesa

© Bill Brandt Aos que foram alvo de censura pelo fb a nus artísticos Fácil é coabitar com a censura. O sono respiga alto sem sonhos. Não há tempestade que assombre. Há apenas cansaços: - Não é coisa censurável. Hoje abri o portão a claros seios nus, abertos vi dois olhos espreitarem: objectos imaginários, mas palpáveis por essa gente de retinas libertárias, e volantes monções de imagens: as miragens que iludem os severos calendários. Alertando a vox, o robótico censor...

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por Luísa Vinuesa

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Fim de linha

por Luísa Vinuesa

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Papéis soltos

por Luísa Vinuesa

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Pélago da terra

por Luísa Vinuesa

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Tango

por Luísa Vinuesa

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Os alquimistas

por Luísa Vinuesa

© Chris Maher Austeras as veredas do mar que observam os marinheiros salgados, as cordas, as redes os remos - estilhaços do louro fogo da praia, a corpos de ouro e prata, alquimistas de agora. No desassossego de trapos reinvento as noites, altíssima virgem - rainha da insónia a tocata e fuga de uma vida equivocada - o rio dorme as asas, as árvores, os ventos reclamam o branco nome de um barco, tudo o que se diz número e mensurável, tudo o que viaja as margens, os portos, a sublime sedução de caras que desdobram a palavra: escrevo o que posso - já não creio. Copyright © Luísa Vinuesa . Todos os Direitos Reservados

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