Dança vertical
A dança vem renascer a morte prematura,
Dionísio bebe o sémen do caule efémero
na parede lisa da terra. Sobre os alicerces
de água, vem a dança vertical soletrar a roda
de água, vem a dança vertical soletrar a roda
dos ventos que sustenta
a Oriente o hemisfério de
Desdémona – a boca que se une ao carrasco
Desdémona – a boca que se une ao carrasco
prenhe de mistério e o seu cálice de sangue
derrama a palavra sem nome ao sabor da arte
cega da balança. Vem a dança vertical
incendiar
o louco clamor das folhas,
lenta é a espada - fere as margens - um rio de
agonia onde abre a dor volátil ao fruto
lenta é a espada - fere as margens - um rio de
agonia onde abre a dor volátil ao fruto
que brota
de Maria; o ventre azul multiplicava um tecido
de Maria; o ventre azul multiplicava um tecido
a ouro e prata sob o manto frio. Por essa raiz a
palavra como que a dança
vertical regressa -
vertical regressa -
Tat Tvam Asi - quatro braços
nas direcções dos espaço
e o quinto contempla a graça
Copyright © Luísa Vinuesa. Todos os Direitos Reservados