Na cidade havia os portos. Havia o restaurante
que estampava
as caravelas na janela, - havia como a luz,
as caravelas na janela, - havia como a luz,
e os gangsters
poliam com inquietação
os punhos de seda. Eram sempre frágeis dramas,
os medos serviam-se em fraca dimensão:
os medos serviam-se em fraca dimensão:
- Evacuem as mulheres
e as crianças com titanics bordados na lapela, e que tem
e as crianças com titanics bordados na lapela, e que tem
esfinge do galo de Barcelos. Havia o mito e a rapaziada
de mãos dadas, havia o chulo,
o chapéu que encobria o rosto
com eléctricos de banda desenhada.
Numa cidade havia bares e a sede
que provava o revólver quente:
a confissão apressada de que a morte
era companheira simulada. O momento sexy do show:
era companheira simulada. O momento sexy do show:
a Mónica
Cristina
a gemer o pé que foi torcido em pleno strip-tease a abafar
a gemer o pé que foi torcido em pleno strip-tease a abafar
o tango
em botas altas, usadas e desusadas já muito antes de terem
em botas altas, usadas e desusadas já muito antes de terem
sido descobertas debaixo da cúpula de uma igreja;
e logo numa impune
linguagem dizia ser mãe, dançava com um jeito de menina
linguagem dizia ser mãe, dançava com um jeito de menina
trágica, ganhava a coroa de rainha enquanto a face
marcava a ruga ácida
que abocanhava o dia à terceira rodada. Essa candura fugia
que abocanhava o dia à terceira rodada. Essa candura fugia
para o fim do rio, fugia para o fim do mundo, era o sinal de
que os mortos haviam morrido
tranquilos, divinamente imortais - a ambrósia dos deuses.
A plenos pulmões, o ar latejava a curva do parágrafo:
o Tejo tinha gentes em escada sob a margem
e música fantástica. Lugares fadados e a frase
nunca se encontrava.
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