Plano fixo


© Constantine Gedal



O silêncio dorme à porta dos sentidos - 
           a infinita proximidade 
é a distância - quando há regresso - há partida
                                   cada cena permite 

a remontagem do acto pleno em plano fixo. 

Há pouco tocam-se as águas
           uma corrente em inpermanência intacta 

     com a angústia de estar sentada
frente ao vidro dsa estradas, em rude tela 
que desnuda a solidão 

do clown sitiado na pista de aplausos, um esgar 

  baço do ventre. A imagem permanece intacta
                                    e haverá estilhaços 
 discretamente ausentes no relógio de sala. Abres o punho,

     a mão desse relógio, um muro na paisagem de circular-
idade absurda - onde

               o mágico telúrico dos espaços paralisa 

a plataforma das estradas -

                          o muro branco, passas para o outro lado 
 das águas, tocando com o braço erguido

         a fábula, a espada - antes do teu corpo 
       notabilizar a estrada, infantil e ocioso buscando 
a margem dos fundos de água, juras por cumprir -

           esse nome que te duplicasse a imagem. 




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