Sabor errante
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Calados no hemisfério da quietude,
crus habitantes da trilha
de nenhures e sem memória de nenhuma luz que
de nenhures e sem memória de nenhuma luz que
abocanhe
o concreto hábito da presa enredada em torno de
o concreto hábito da presa enredada em torno de
si mesma.
Calados num eixo hemisférico da terra,
Calados num eixo hemisférico da terra,
entre espaços de um
indício sem cadastro,
indício sem cadastro,
a demanda do momentum certo - esse
apelo vago - o sinal onde a obediência exibe
apelo vago - o sinal onde a obediência exibe
a cega escolha.
Evidência não basta para a fala - embruxar
Evidência não basta para a fala - embruxar
um grito atado à gargantilha a sublevar o passado
nas entranhas, que caladas caem pelas noites -
não geram nem pai, nem mãe, nem filho,
não se dignam brindar a face à cor do dia.
não se dignam brindar a face à cor do dia.
Quietos no umbral
da ponte entre dois mundos - em que o lugar da
da ponte entre dois mundos - em que o lugar da
terra não é palco de ninguém como que fabricado
em presságios e encantos, que
vertigem não lhes fere o sono.
vertigem não lhes fere o sono.
A inteira e a inquieta
fonte da palavra
desconhecem -
o reino, a donzela que afirma o húmus
na semente: o vício dos sabores errantes
na semente: o vício dos sabores errantes
que destinam
o sopro à origem
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