A gelo e fogo


© Robert Doisneau



    Que a tua sede te acompanhe em teu caminho, 
o breve trecho
que arde ao meio-dia, 
um espírito da tarde vem contigo, visita

o abismo - o beijo quente de um rochedo cintila 
entre mares
humanos, um abrigo de infinitos risos - 
vadio é o barco
 
agora.

Vêm tocar-te tempestades em viagem - tropicais 
o trovão e a incerteza - arde o gelo que pisas sob 
o pé e gela o fogo que
elevas na cabeça no equilíbrio da corda que 

                                 os sustém: - essa serenidade

    a gelo e fogo faz-se precária a eternidade,

a língua insaciável da palavras no 
                                  riso hospitaleiro da criança





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