O riso mecânico


© Paolo Jomi



       Quando os barcos caminhavam 
com espanto, 
que não havia
nenhum bafo que cintilava - 

outras vezes, 
uns iguais a outros

diferentes, vou abandonar a crença 
em acreditar - vou dizer:

minto agora em tudo aquilo que 
faço e regresso a mim talvez  

 à hora certa, por um gosto natural - 
a pele contra a pele, mortal quanto 
natural, memórias súbitas do nada - 

sentenças

    que se reúnem para que a cinza 
apague o lugar e boca dos
    bíblicos inícios - sombra-pedra 
sem limites e o riso mecânico,

       a curva de esferas com limite
   na singularidade da alvorada.
   Prazer temperado de morrer 

pacífico 

em qualquer lugar. Aqui -
       a pequena criação do mundo: 

 incendiar o barco e ser o mar





Copyright © Luísa Vinuesa. Todos os Direitos Reservados  

Outros poemas...

Cave canem

Papéis soltos

As tecedeiras

Fim de linha

Tango

Branco ou tinto

Pélago da terra

Génesis

Os alquimistas