Ideário insone


© Vadim Steim




Com um livro in mano - vejo a terra 
                quase e quase nada
quase tudo, quase todos e ninguém - 
uma rota mal calculada, um hálito de 

algumas casas - e as estradas

em vastos cenários.. Jaz na mesa um trágico cometa
em repetição até ao vómito: deixem-me as horas, 

os corpos duplicados, a luz insone - 
                    replicando cada e igual
     esquina. - Ah, ter o livro, o livro, a mente lisa, 
o lençol branco como um véu sem nuvens 
  tanto como a parede lisa com odor opaco,  

a extinta vontade e sempre afiada,
feita e rarefeita. O estigma escarlate dessas estrelas
 pedras rectas na varandas, erectas contra as cinzas:

    só aqui agora, aprende a ter um nome assassino
                     um nome,
um linha austera entre a demência e o riso, 
em fronteira

com a tua fronteira onde 
                o jogo canino produz igual rotina




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