Autores & Cios


© John Kosmo



Saúdo-te dia incolor, e puro tão puro como
uma fábrica
    de cristais impuros, tracejado de plástico 
em retratos, 
  orelha murcha caída
  em cima da almofada, 

saúdo-te porque és sempre igual     em cada 

sítio final. 

   A chave, onde está a chave? 
E a doida aragem do destino?
o corpo tem a lembrança excêntrica de
um corpo, 
digamos, de outro
 corpo, mas qual outro? A questão da abissal 

agonia do sentido: 

aonde regressar? 
Alguém passeia o cão transgénero 
e a cadela entra em caudal
-cio, turbilhão de loucas maratonas,
          - folhas loucas e doce meteorologia:
   somente a contínua continuação reedita 

              a ficção em utopia





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