Atmosferas
peças de um teatro imaginário persistem
em conduzir-te até
a um desfile de
naufrágio, vogais de prestígios insuportáveis
destilam vocábulos de qualidades sonoras duvidosas, danças
destilam vocábulos de qualidades sonoras duvidosas, danças
de caixas de supermercado
e tacteias o vazio dos teus rastos
ecos sobrepõem o
voo das aves ao sacrifício manso da carne:
detrito inflamado no horizonte. Pensas que é a infância ainda
que fala:
sortilégios
fazem-se com tinta de sangue na página
em branco da prova de escola
a imaginar a silhueta de uma
serpente alada rumo ao olhar do sol que lhe roubará as asas
aí brilhará o espelho do fogo, a chama a queimar
serpente alada rumo ao olhar do sol que lhe roubará as asas
aí brilhará o espelho do fogo, a chama a queimar
a voz numa pedra lançada ao meio-dia:
as atmosferas curvas do teu rosto
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