Discóbulo
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O homem vai lançar o peso-arco da esfera
celeste: o reflexo estelar no rosto, a esfera lançada
ao infinito
e devolvida à cápsula terrestre.
As mãos
atravessam a profunda ruga das ilhas em serpente:
a linha da vida.
O olhar é a faca aprumada sobre as espáduas,
O olhar é a faca aprumada sobre as espáduas,
a saída o barco desperta as velas regidas
por silêncios de página
e tombam como sílabas da árvore.
e tombam como sílabas da árvore.
O sol quando desperto
ainda
murmura a exaltação lunar:
murmura a exaltação lunar:
- Abandonai-vos
ao lugar da praia, doce partícula a soletrar a água,
essa boca expande os lábios, subverte a sombra,
fere com
um dardo a página. O cavalo persegue
um dardo a página. O cavalo persegue
a noite
com fogo luminoso nas esporas,
a voz levanta a abóbada celeste até quebrar
os sinos que celebram
a fama do discóbulo.
O homem aplana entre dedos, afaga lentamente
a rubra esfera fria que persiste
suspensa de seu gesto
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