Fantasma
uma invenção.
Passámos de mãos dadas, -
não nos detivemos entre os
beijos que exaltam os olhares.
beijos que exaltam os olhares.
As linguagens morreram,
palmas de mãos queimaram-se
palmas de mãos queimaram-se
em corpos
de fantasma, e um vento soprou
a flor moribunda:
a tarde. O abismo
é uma tentação para os peregrinos -
é uma tentação para os peregrinos -
os cavalos sopram sobre nuvens, asas de memória
tentam
golpear a sorte
mas não atingem o céu. Nas pálpebras
mas não atingem o céu. Nas pálpebras
vão
cessando os traços, a cor da lembrança, frases
que recriam um álibi,
o filtro mágico que sangra o braço. Tarde. Na vela,
mastros e fantasmas, um barco paga
o filtro mágico que sangra o braço. Tarde. Na vela,
mastros e fantasmas, um barco paga
a fugaz
passagem,
navega a noite num tímido pacto de resgate:
navega a noite num tímido pacto de resgate:
supremo
é o poder de quem se entrega
é o poder de quem se entrega
à criação do mar:
- esquece
o nome a que se deu,
o nome a que se deu,
e nunca saberá que lhe pertence.
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