O divino jogo


© Brassai



A luz não designa ciclos, 
             peregrinando com o vento, tão depressa corre
   como ausenta. Agora, aqui, em lado algum, a palavra,

a redenção, um poeta, profeta a desvelar sem remorso 
o fio da hora.

Botzina d’qardinuta, a luz não escolhe idades, um acto, 
e uma palavra
a contrair-se num vazio sem fim. Alma d’ah-tay - 
a esfera dos desejos:

o paraíso habita a carne, e em um amor 
sem fim;;

uma centelha escura é pura luz - 
tão depressa corre quanto ausenta,
precisamente no centro - ou em lado algum, 

o mundo que está por vir,

da viagem térrea à redenção, fonte do sonho 
                        inacabado
     e pura escolha, a atmosfera da luz não tem idade: 

     a hora certa em todos os lugares





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