Pacto viral


© Francesca Woodman




Do pacto faz-se o instante - 
                            memória contratada na memória,
    silêncio filho incógnito da história, 
não é tempo é testamento,
o puro sangue urge à entrada da boca 

e estremece - a mão que se obriga 
a outras mãos. Hoje, essa mesma mão que obriga 

                ao testamento. Silêncio! 

         Agora que o tempo é tão somente a parcela 
    de um filme apócrifo, dormente. 

     Aqui. nada de pressas -
            diz temporalmente – entre silêncio e som 
     que entontece, repouso no livro que se acama

  aberto entre dentes. Vai como se nunca foste

à porta da boca respirar a donzela, 
a mulher, 
  a fêmea, a deusa - animal vibrátil que entretece 

    o filtro puro e mágico do tempo





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