Pedra ferida
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No centro hemisférico do olho,
a tarde incauta vem tragar
a espuma cilíndrica do rosto.
Um
sol dissolve-se em arcos
de ondas, em cristal colorido
pelas
marés, o vento assobia
certa melodia - pássaro de fogo
abre
as tuas asas, terra que
transborda, e que em uníssono
atravessa o rio.
Cura a pedra
ferida, a mão esquecida -
que não sabe que
em seu seio se
equilibra o vento e o sopro
que alenta a morte e a vida.
A
sombra beija o carrocel
da hora, os olhos polidos
das marés, o lugar que
povoa
de esperma o corpo que se
esquece; e até ao fim do mar
a carne faz-se ouro
e acontece
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