Pedra ferida


© Bill Brandt




No centro hemisférico do olho, 

       a tarde incauta vem tragar

   a espuma cilíndrica do rosto. 


 Um sol dissolve-se em arcos
 de ondas, em cristal colorido

pelas marés, o vento assobia

certa melodia - pássaro de fogo

  abre as tuas asas, terra que
 transborda, e que em uníssono 


   atravessa o rio. 

      Cura a pedra

  ferida, a mão esquecida - 

que não sabe que 

                em seu seio se


 equilibra o vento e o sopro 

que alenta a morte e a vida.



A sombra beija o carrocel

 da hora, os olhos polidos

    das marés, o lugar que 



povoa 

   de esperma o corpo que se

esquece; e até ao fim do mar 

a carne faz-se ouro 

                         e acontece





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