Res naturae


© Martine Franck



Em círculo habita a coreografia da terra, 
              sussurro volátil das luas que
sopram o ouvido húmido do sul. 

                      A serpente da terra respira um novo

fluxo de fogo - chave de ouro que rompe a figura
da mulher suspensa
na árvore memorial do esquecimento. 

          Os poemas espelhados na noite

e à esquina da sombra,
no dedo a vibrar como um objecto estranho,
  semente esquecida no útero do céu - 
                            a dor que pressente o buraco da

terra - adormecido, és já um taco de cara à solta 
pelo chão do quarto,
               presença das folhas mortas - 
   percurso único do corpo. Aclamo-te,

            passageiro secreto do asfalto - 
               a eternidade observa o homem na justa
medida em que em seu seu corpo drapeia
 
              a planta incendiada pela natureza




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