Rituais


© Francesca Woodman



A frase branca citas em epígrafe, 
sobre ombros tomba a roupa em linha recta, 

                 sim, é de um momento de ruptura que

 se vela,

flores a mais inúteis e mortais
e um disco de Chopin 
sobre o telhado, os rios paralisados na infância
e três fêmeas à volta 
de uma mesa e Genet a presidir à cerimónia.

  O machado levas ao pescoço,
decepas a gravura de um barco
com um nome de mulher que esconde 
              debaixo da saia a tempestade. 

 É tempo de acabar, importa a tarde, a estação 
fazia-te lembrar o apito das velhas carruagens, 

   viagem em que a natureza era

parte de ti mesma e o sonho que habita em teu 
 lugar assina ao rubro o selo do corpo singular 
     que nunca soubeste desenhar.





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