Scriptorium


© Clyde Butcher



Viagens sem tempo, animais do tempo, 
  as imagens urdem a indelével teia do 

desejo rente ao desespero de barcos a
envelhecer em terra. 

Amanhece a beleza em contemplação
do tempo e seus apeadeiros inquietam 

                a palavra da poesia,

desbocam o corpo em fumo de quimera, 
os dias rastejam infinitas léguas, 
e buscam a pureza -
                                trens velozes visitam
o som dessa bebida, partem, regressam 
                              ao longo das linhas da

morte em alvoroço pela vida.

  As mesmas figuras sangram no poema, 
  leves e ousadas, bebem o parco líquido 
de ferro, avivam a cor de cada sílaba em 

     habitante de outra moradia. 




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