Testemunho


© Benoit Courti




     Aonde vão as nuvens, rentes ao asfalto 
dos corpos em
parada, de um suicídio longo da carne são 

testemunho

na pedra, fantasmas de metais 
                    num candeeiro vertical de
   estrada, pássaros errantes que passeiam

 nas veias

um sistema divinatório. 
Ainda com punhos na matéria, 
um poeta dizia: - 

   O que é seguro não é seguro.

Aonde vão as nuvens, - rentes a um asfalto 

de sonhos
em parada, da hora mágica 
                                   testemunho da pedra.

De queda em queda se vão polindo
as pedras, - de corpo
em corpo se vai polindo um nome, 

adentro a noite até

à clara luz da terra - 
               somos aves migratórias com asas 
nos olhos, -
          anjos com esses olhos que emigram




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