O tempo eleito


© Cole Thompson



Na paisagem há fogos de memória, 
                              o corpo em passos lentos,
  repousa as garras de outrora - 
o promontório do desejo sopra em conchas 

                  o silêncio à tua beira. É inverno
 no seio das terras, a água hiberna no grito louco
       das aves, há notícia de um planeta 

a fabricar 

vinho solto nas veias - antes que no campo 
  haja colheita, há as festas no rigor da semente.

    Silhuetas em fogo, memórias de feitiço ainda: 
a estação tem um largo apeadeiro - pontes sobre 

a dor que não tem pontes.

Da vasta janela que te guarda, ainda com a mão 
parada tocas as  horas que te faltam - soltas em

 ti 
                   o tempo eleito 





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