Lâmina ardente
Aqui onde bate o sol: -
mil anos de servidões vogam
sem asas. Sob o jugo da lei suprema,
essa matéria de
semi-
deus molda
em silêncio um espelho -
opaco e sem destino
a mesma tribo - a que renega
as asas
jaz em terra,
em turba e deserto.
Aqui, é a hora de dizer:
-
Sê agora tu
o enlace ao povo novo -
a linguagem que amanhece o ser.
Basta de círios em nua combustão: -
Que
ninguém cultive
a ciência e a razão, porque
a vadiagem vale
em se perder.
Aqui, basta dizer: -
A mesma palavra em cada
fala, o novo
caudal para o rio sedento.
Em todo o clamor que esgrime
o sobressalto há um selo que se quebra,
a
margem em igual
roteiro que adivinha a data em que o sol
repousa a mão
no peito.
Aqui onde bate o sol em lâmina ardente: -
a
febril matéria do momento solta
e espanta a torrente quando
dorme a água mais desperta - agora, por
fim. Mais perto.
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Foto censurada pelo Facebook por nudez ou acto sexual (NdA)