Poema a cores
Eu precisava de um poema tão simples que
em sua simplicidade partisse pelo mundo
e regressasse sem nunca ter partido do
lugar.
Eu precisava de um poema raro e claro que
seguisse seu curso sem objectos, vocábulos
e palavras, nas coisas que cativam na meta-
morfose da matéria. Tão simples esse corpo
em seu esplendor sem acto na criação de
se
afirmar. Tão sensato, e volúvel em falar,
que
sem lei imponha dentro de si todas as
cores.
Eu precisava que o poema fosse natural,
que
soubesse que bastava abrir a última cor
para
esconjurar o único sopro enfim dentro da cor.
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