Arquivo morto


© Cole Thompson



Dois poemas para ouvir dentro de si 
sete em bordado a tinta fina, assim é 
               o tamanho de um
  dedo sobre a cara - uma cidade que 

persiste em

sede crua. Sonha-se a si mesma e ao
presente, dois reflexos lutando em águas

turvas: o barco de papel vai 
    borda fora, sonha a longa, e lenta

            que transborda - o sol submisso a si 
 em fuga absorta. É verde a mão que planta

a folha em adereço dedilhado sobre a coroa: 

as árvores fogem, os ramos voláteis, 
cabelos de vento que

adivinham cada instante que retesa o peito.

 Afina-se a corda dos silêncios 
e os poemas estão dentro de si, 

   palavra errante - doce companhia,
                        o uivo de outra gente - ainda.





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