Dialogicamente
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A minha alma é uma chama,
a minha alma fala
a impaciência da chama, nua, crua
sob o fulgor dos
céus, e toda a terra, a minha alma -
essa minha alma
clama a vastidão intensa dos desertos:
a epifania carece de muita agonia.
Sem rumo persegue um sinal de lume,
a água gotejante, o crepitar
volátil das estrelas, a insaciável busca
de tudo o que
não sabe.
A exigência da questão corta cabeças,
devora corações.
incinera promessas de
ocasião. Pairam no ar, regressam
e com voz
rouca
cercam a
minha beira:
sol feito de
puro odor, estranha aragem.
A minha alma diz: - Sê o que és,
não há convites de regresso
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