Contra a mão


© Francesca Woodman



Havia esse sonho no chão da terra - 
             a ópera novelesca

                 essa luz alterada - verde - forma 
extenuada
e eu,
brincando em contramão com o mesmo eu 
 e todas as palavras possíveis em desvarios 
de paisagem, feiticeiros sofismas:

   eu, - que já não sei assobiar o sol perene, 
                  essa claridade
publicava vertigens em todo ser, em  
cada astro

                 filosofias primitivas, infindáveis 
para o som dos homens:
 novas carnes, novas fórmulas, novas falas, 
  invenção suprema em laboratório 

           impensáveis, ratos presos  

galopando a montanha russa, ou o simples
     farsantes em fantasmagorias de criança, 
e ensaios 
de hipocrisia: sono no chão da praia, 

               o circo bufo rege a sinfonia 
   entre destinos e acaso




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