Poetarias
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Libertai-me do lugar que ocuparei no mundo,
pântano ocidental
sonhos e delírios, não há melhor companhia - as areias imponderáveis
mundo cinzento e absurdo e cada sílaba a mesa
operatória de uma
máquina de costura, - libertai-me dos mortos automáticos
máquina de costura, - libertai-me dos mortos automáticos
relâmpagos
invisíveis, que não sou freguês de tertúlias e tão pouco me interessa
a literatura, e que o poeta é o verdadeiro roubador do fogo seja
a coisa que menos me interessa, o objecto e dejecto de um qualquer
cacarejo da turba académica: tudo bons rapazes. Que bastam-me
a literatura, e que o poeta é o verdadeiro roubador do fogo seja
a coisa que menos me interessa, o objecto e dejecto de um qualquer
cacarejo da turba académica: tudo bons rapazes. Que bastam-me
sonhos e delírios, não há melhor companhia - as areias imponderáveis
as infinitas fantasmagorias que testemunham os dias
são bons rapazes
Um homem quer-se radical como o poeta queria ser acontecimento
e que tal fazê-lo em acontecimento?
Um homem quer-se radical como o poeta queria ser acontecimento
e que tal fazê-lo em acontecimento?
e quem diria? Nós deitámos
a mão a um animal morto e depois?. Quando morre um poeta torna-se
a mão a um animal morto e depois?. Quando morre um poeta torna-se
em poesia , tal era a sina que os astros
ditavam em rebanho de estrelas
invisíveis. Não teria sido então mais simples - deixa-se andar o mundo
e o que está lá dentro? Escreva-se antes com toda a raiva outro poema
parasita da realidade, espião em todas janelas
invisíveis. Não teria sido então mais simples - deixa-se andar o mundo
e o que está lá dentro? Escreva-se antes com toda a raiva outro poema
parasita da realidade, espião em todas janelas
a máscara de esgrima e a lâmina ágil do último assalto
um homem vai guilhotinar-se
na janela
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