Lógicas obscuras


© Bill Brandt



   Esta carne que se quebra, e este pão, neste pão
  que derramas sem remorsos - neste sangue teu

  que veleja pelas bocas do sal, 
e nas areias e por
outras gentes 
                         - esse circulo está aberto em tuas

pedras, o esconjuro que presume o bruxo, 
   a sua vara, a carne nupcial em alvoroço
prenda de um Outono sem Verão, 
                                  e obscura lógica da pálpebra

  regada pelo vinho de uma mão. - A tua mão sob
  o pão que alimentas - tal pai, tal filho, que cinco
  são os dedos da ferida, - testemunhos do ar que

faz ventos, rochedos, tormentas
                 erva-semente
     quando a luz das estrelas explodir ao meio-dia
 sobre o santo domingo em brado escarlate e frio.
  





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