Lógicas obscuras
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Esta carne que se quebra, e este pão, neste pão
que derramas sem remorsos - neste sangue teu
que veleja pelas bocas do sal,
e nas areias e por
outras gentes
- esse circulo está aberto em tuas
pedras, o esconjuro que presume o bruxo,
a sua vara, a carne nupcial em alvoroço
prenda de um Outono sem Verão,
e obscura lógica da pálpebra
regada pelo vinho de uma mão. - A tua mão sob
o pão que alimentas - tal pai, tal filho, que cinco
são os dedos da ferida, - testemunhos do ar que
faz ventos, rochedos, tormentas
faz ventos, rochedos, tormentas
erva-semente
quando a luz das estrelas explodir ao meio-dia
sobre o santo domingo em brado escarlate e frio.
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