Manhã lusíada
Seria admissível detalhar
cada experiência
como quem modela
uma pedra ou planta?
Que toda a palavra
é um símbolo, bem
sabes, e todas as pessoas são mais
símbolos que palavras
Assaltou-me essa ideia essencial, terna, abissal. Que uso
de
mentiras baptizadas de imaginação,
odes
triunfais, universais,
rituais; e já ouso chamar-te pelo teu
nome
- poesia - como quem
escreve de igual modo a tua imagem.
Em rectas & curvas, no sangue e tinta,
pergunto-te:
era, aqui, o teu lugar? cada
vírgula? reticências? ponto e vírgula?
a solução atrás da porta, à espera que algo aconteça?
Há que cativar a missão, rodar o eixo, que
este tempo
é demais extenso
para a vida tanto basta, cada alma
que possa
evadir-se
pelas árvores adjacentes à ideia.
Fabulações do dia? Quase raro. Manhã lusíada
versos & reversos, vou mudar-me para outro dia
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