Manhã lusíada


© Vadim Stein



Seria admissível detalhar cada experiência
como quem modela
          uma pedra ou planta? 
                                    Que toda a palavra é um símbolo, bem
sabes, e todas as pessoas são mais símbolos que palavras 

Assaltou-me essa ideia essencial, terna, abissal. Que uso 
de
      mentiras baptizadas de imaginação, 
odes triunfais, universais,
     rituais; e já ouso chamar-te pelo teu nome

- poesia - como quem

escreve de igual modo a tua imagem. 
Em rectas & curvas, no sangue e tinta,
pergunto-te:      
                    era, aqui, o teu lugarcada vírgula? reticências? ponto e vírgula?
a solução atrás da porta, à espera que algo aconteça?
Há que cativar a missão, rodar o eixo, que este tempo 
é demais extenso 

para a vida tanto basta, cada alma que possa
evadir-se 
         pelas árvores adjacentes à ideia. 
                          Fabulações do dia? Quase raro. Manhã lusíada

versos & reversos, vou mudar-me para outro dia



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