Mastodonte
![]() |
Há paredes que encerram
pouco a pouco
certa euforia
acima do sussurro, sonâmbulos
operários de invenção,
polegares de sonhos contra a fronte
do uso relicário
da razão - dia canibal,
obediente e livre, digo -
Mastodonte, eu te esconjuro:
Vem violentar a realidade solteira,
entulhar de lama a torneira,
a boca, a veia, a vertigem
de olhos aspirantes a cânticos
cruentes, enigmas, vestígios
que atrasem o tempo em se cumprir.
Et voilà o barco que te prometeram,
em que porto recosta
o teu costado?
que palavras dançam entre os ombros,
pré-escolar mente da História, ex-voto,
populacho&tacho, últimas rebaixas de
supermercado: - caracóis&cio, mutatis
mutandis, ostras Co, mexilhões da vida.
Animalia é a trama que não foge à caça:
joga alto e caro em múltiplas apostas
mas as setas que a si mesmo lança
falham
o alvo certo quanto basta
Copyright © Luísa Vinuesa. Todos os Direitos Reservados