Câmara perpétua
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Se abrisses as asas, verias -
as aves não
voam - encenam
o movimento de voar em atmosferas
de crepúsculo e areias
mitos doutrinados em
imagens
que sonham
os lugares ou memórias que
demoram livres
de sonhar
rios navegáveis além de casas -
dá-me
vinho para não parar.
Que tenho uma vontade a cumprir,
sem
teorias ou sistemas
para instruir o relatório de contas
a
ajustar, um tiro certeiro
de nunca parar, câmara perpétua
em
movimento, sempre a ir:
lembro fotograficamente
as tuas mãos paradas -
a não parar
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