Câmara perpétua


© Benoit Courti



Se abrisses as asas, verias -
as aves não voam - encenam
 o movimento de voar em atmosferas 

de crepúsculo e areias
                           mitos doutrinados em 
imagens que sonham

os lugares ou memórias que 
              demoram livres de sonhar
rios navegáveis além de casas -

dá-me vinho para não parar.

   Que tenho uma vontade a cumprir, 
sem teorias ou sistemas

para instruir o relatório de contas 
               a ajustar, um tiro certeiro
 de nunca parar, câmara perpétua 

             em movimento, sempre a ir:

lembro fotograficamente 
as tuas mãos paradas - 

                        a não parar




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