As tecedeiras

© Dora Maar Quem extingue o tempo extingue o espaço o ritmo das estações o seu abraço As chuvas animais, as fecundidades vegetais; - aqui agora. Uma teia de invisíveis febres tece os homens, e um momento sobrevive em todos os momentos: - esse prodígio que foge sempre, em caminhos severos para o centro O que importa a nostalgia do eterno, um paraíso concreto a cair nos mundos, sempre? - Tecemos predestinamos, recriamos a fortuna, tecedeiras com o fuso as rocas, aranhas cujas teias moldam a criança: - a morte de um animal lunar sob o signo de se resgatar e perece a planta, agora. ...