The Cyborg Jillian Weise

 

Evangelize o Seu Amor


Em casa, um filho de dezasseis anos

e cortinas e paredes

para pintar e "Como correu o teu dia?"

Na internet, não há dias

nem estações do ano e nem mudanças de óleo

para o Subaru. "Ninguém importante".

No motel, almofadas rasas, um candeeiro

da altura do filho no canto e

uma gravura de um veleiro. "No terceiro ano,

o sexo acabou e acabámos.

Depois casámos." Meteu-se

em alguma coisa? "Hoje à noite

vou fazer o seu prato preferido."

Notícias chegam, notícias vão, impostos.

"A dada altura, parou de me beijar

no pescoço." Ela precisa de escrever

a sua Declaração de Objetivos. "Prometeu."


Mais ou menos. "Como posso viver assim?"

os três em uníssono.



Despedidas


começam muito antes de as ouvir

e ganham velocidade e surgem

do mesmo lugar do que outras palavras.

Deveriam ter o seu próprio

lugar para vir, o cotovelo

talvez, uma vez que os cotovelos parecem

divertidos e nunca choram. Por que

está orgulhoso de mim? Disse-te

adeus quarenta vezes.

Compreendo o teu ponto de vista. Isso é

uma conquista por si só.

A minha mãe quer que eu escreva

um poema de despedida. Deve caber

dentro de um cartão e usar a frase:

"És uma mulher poderosa."

Não há nada de poderoso

em mim, embora possa

pensar assim pela forma como cuspo.

Não quero mais despedir-me

de ti. Ouvi dizer que

a primeira vaga foi um acidente.

Aconteceu na Gruta

das Mãos em Santa Cruz.

Os quatro estavam a beber

e alguém matou

um javali e uma outra pessoa

disse: "Ei, olha, dei um toque de mão

nisso. Dizer adeus é assim.

Dá-se um toque e depois

retira-se a mão.



Alguns Direitos


Direito à propriedade

Direito de proteger a propriedade

Encriptar tudo

Tornar privado

Estou tão certa e se não estiver

   Vou queimar o teu mural do Facebook

Ser algo à venda

Ser uma estratégia

O outono passado foi difícil para nós

Pergunta por mim

Pergunta por mim outra vez

Pequenos empresários

Grandes farmacêuticas

Dizem que há 7.000

   corpos enterrados sob

   aquela universidade

Se escrevermos, é identidade

Se escreverem, são Reflexões

   sobre o Legado Americano

A ADA

Não são somente letras

Pilhas de caixões sem importância.



Quero o Teu Fax


Quero ser uma deficiência para ti.

Faz novas placas para ti.

Estão a dizer coisas sobre nós


online e de cuecas.

A lista de discussão está ao rubro.

Verso capacitista, verso capacitista


e eu estou a falar contigo.

Sou um círculo verde para ti

e lá vais tu outra vez


nas minhas cartas de apresentação.

Fixei o teu último despacho

no meu Outlook para que todos os dias


comecem contigo. Recebi a tua mensagem.

Recebi o teu bate-papo. Recebi o seu tuíte.

Tenho-te em cima de mim.


Quero ser uma deficiência para ti

e o capital a rastejar para ti

e acomodar-te.



Fonte: Poets.org


Nota:

A Lei dos Americanos com Deficiência (ADA) protege as pessoas com deficiência de discriminação na vida pública.

Outros poemas...

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Fim de linha

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Branco ou tinto

Pélago da terra

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Os alquimistas